No final de cada mês, a APOIA.se realiza a suspensão de cobranças dos(as) apoiadores(as) que tem promessas de apoio sem pagamento no mês anterior. A partir do segundo mês sem pagamento do apoio, o apoio é desativado pelo nosso sistema.
Os apoiadores desativados por falta de pagamento podem ser identificados na sua Base de Apoiadores através do filtro “status atual do apoio”, buscando por “inadimplente”.
Esse procedimento tem como objetivo evitar que demasiados apoios em aberto se acumulem, pois isso inflaciona os valores totais de arrecadação mostrados publicamente, dificulta o planejamento/organização financeira do(as) fazedor(es) - que podem contar com um valor diferente do que está de fato sendo apoiado - além de impactar também o alcance de metas das campanhas.
A periodicidade mensal foi escolhida pois percebemos que quanto mais se acumulam meses de apoios em aberto, menor a chance de as pessoas retomarem o pagamento/voltarem a apoiar, pois o valor para reativar o apoio pesa no bolso. A sensação de já ter deixado muito para trás também parece dificultar o processo de retomada da relação.
Em muitos casos, apoiadores(as) nem percebem que estão com problemas em seu meio de pagamento e quando recebem a informação da suspensão, criam um senso de urgência maior que chama para a ação. Esse desconhecimento sobre um cartão estar falhando pode vir, por exemplo, pelo fato de o cadastro ter sido realizado via Facebook e o e-mail cadastrado não ser o que a pessoa realmente acessa em seu dia-a-dia.
O financiamento coletivo contínuo propõe uma nova forma de relação ente as pessoas que fazem e aquelas que são diretamente impactadas pelo valor que é gerado a partir desse fazer. A própria ideia do consumo daquilo que nos interessa é transformada, no momento em que as pessoas podem estar mais próximas dos(as) fazedores(as), assumindo um lugar de importância não mais exclusivamente como fãs, mas também como incentivadora daquele trabalho - através do financiamento dele, inclusive.
Esse cenário de corresponsabilidade ao poucos está se tornando mais evidente, visto que estamos ainda imersos em uma relação tradicional e massiva de consumidor(a)-produto, de compra, de pagar e levar pelo que pagou. Falar desse novo lugar que envolve ativamente quem faz e quem apoia pode gerar um pouco de medo e receio por justamente por ser uma inovação no universo do fazer sustentável.
Porém, o que temos percebido é que quando o(a) apoiador(a) se dá conta desse novo e importante lugar que está ocupando , consciente da relação entre possibilidades e valor, ele(a) fica satisfeito(a), feliz e motivado(a) para continuar ocupando esse espaço.
Em uma campanha de financiamento contínuo o produto faz parte da jogada, mas o processo envolvido no fazer passa a habitar a relação. Ai que está a inovação proposta, onde ambas as partes passam a dar conta desse processo através da corresponsabilidade sobre a geração de condições para esse processo acontecer :)